"O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.
Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?"
  Li várias resenhas sobre esse livro, e fiquei super intrigada com a divergência de opiniões. Muitos gostaram, muitos não gostaram e boa parte ficou indecisa sobre o que sentir em relação  a esse livro. Imagino que isso se dê ao fato de que o livro lembra muito outros do gênero, como "Jogos Vorazes" e "A Seleção". Porém, ao meu ver, é praticamente impossível encontrar livros distópicos 100% autênticos.
   No começo da leitura, confesso que fiquei um pouco incomodada (talvez irritada) com o fato de realmente lembrar muito "Jogos Vorazes". Mas conforme a leitura foi fluindo (gente, flui de uma forma incrível), eu acabei deixando isso de lado, pois me vi imersa naquele mundo,  e a muito tempo não me sentia assim em relação a um livro. ~isso não aconteceu quando li Jogos Vorazes~
  A história ganha sentido quando Mare conhece acidentalmente o príncipe Cal, depois de um dia difícil onde sua irmã sofreu uma grande perda que prejudicou a família inteira. Ele se passa por um vermelho, e a protagonista acaba contando a ele tudo o que lhe aflige. Acaba que o príncipe a contrata, e a coloca como criada no palácio real, onde em um evento para a escolha da princesa e futura rainha de Norta, Mare descobre que Cal é o primogênito do Rei. Ela fica um pouco chocada, mas nada a choca mais do que o que ela descobre logo depois : seu poder. Só que com todo o azar do mundo, a descoberta de que ela não é uma vermelha comum, acontece em meio a milhares de prateados.
  Daí que o rei e a rainha se vêem obrigados a acobertar o que aconteceu, e inventam uma grande mentira, onde Mare passa de uma mera vermelha, a uma princesa prateada prometida ao príncipe Maven, o segundo filho do rei. Claro que ela não gostou nada da ideia, mas para o bem de sua família e para o seu próprio bem, ela acaba aceitando se comportar e viver como tal.
  Enquanto isso, boa parte dos vermelhos, depois de muito tempo lutando a guerra dos prateados e aguentando todo o abuso de poder que eles impõem, resolvem acabar com tudo isso, e criam a "Guarda Escarlate". Um grupo de rebeldes que luta contra tais abusos, e que querem uma sociedade mais justa. Mare acaba fazendo parte desse grupo, e por estar dentro do palácio, convivendo com os prateados, e pelo seus poderes, acaba virando peça chave nessa revolução que é cheia de conflitos, dúvidas e reviravoltas. Nossa protagonista vive correndo perigo 24 horas por dia, já que precisa guardar segredo sobre os planos da guarda e seguir com a farsa de princesa. É pura emoção, do começo ao fim. Sou fã de carteirinha da personagem, pois apesar de tudo o que passa, Mare continua determinada e buscando seguir seus ideais.
  A trama é bem interessante, apesar de ser um pouco clichê. Os personagens são bem trabalhados (principalmente a Mare), a escrita é instigante e as reviravoltas são incríveis. Sem contar o fato de a autora ter conseguido inserir um triângulo amoroso entre ela, o Cal e Maven, sem tirar o foco da trama e tornar a história chata. Isso me conquistou. Não são todos que conseguem essa proeza. ~e eu sou bem chatinha quanto a isso~
   Uma dica de uma leitora que sentiu um misto de emoções lendo esse livro: não confie em ninguém.